segunda-feira, 24 de março de 2014

Somos o outono.




É outono. A estação mais parecida com a gente.
Amanhecemos junto com esse dia, frios, pálidos como as nuvens, insensíveis como a neblina que toca nossos rostos. Conforme o dia vai clareando e um feixe de luz começa a surgir, nós começamos a desenhar um sorrisinho no canto da boca, arriscamos até um "bom dia" ainda que tímido, ao fulano do nosso lado no elevador.
O outono nos traz algumas inquietações, mentes que não param de girar, silêncios tão altos que podem ser ouvidos a alguns quilômetros de distância, e até uma ou outra lágrima que cai de saudade do verão.
Mas quando chega o primeiro pingo de chuva, e a chuva mansa vem chegando devagarinho, pedindo licença e nos lavando é que o coração se acalma, a mente para de girar e o único som para se escutar é dela, caindo de mansinho embalando nossos sonhos.

segunda-feira, 10 de março de 2014

Preciso



Preciso de um tempo só pra mim. Parar o relógio e desacelerar a vida. Escutar mais o som que vem da alma e deixar de lado tudo que falam. Não quero ouvir vozes, não é disso que preciso agora.
Preciso acordar ouvindo os pássaros cantando, e que não sejam pelo toque do celular. É o momento de pisar no freio e prestar atenção no que a vida oferece, aquilo que é simples, mas o que mais encanta e faz do dia ser único, mesmo sendo "todo dia".
Preciso olhar as cores que a natureza pinta em minha estrada: a grama verdinha e fresquinha, que convida para senti-la com os pés descalços e ali recarregar a alma; o avermelhado da estrada de chão que me mostra que mesmo sozinha, é preciso seguir em frente e que o caminho pode ser lindo ao encontrar uma única flor em meio a tanto pó; o azul clarinho do céu em um dia ameno de quase outono misturado com os raios dourados do sol me proporcionando um espetáculo em sua aurora e assim enchendo-me de esperança para uma nova fase.
E preciso aprender a observar mais o que vem dentro de mim, aprender a importância de cada sentimento e o que tudo representa na minha vida. Sei que ainda não descobri muito, e que estou apenas começando. E sei que tudo que eu preciso é de mim mesma. Inteira. Plena.

quinta-feira, 6 de março de 2014

Um pouco do novo. De novo.


Aqui estou eu em busca de algo novo.
Encarando a vida de peito aberto e sorriso no rosto, para receber os dias e o que vier com eles. E é nesses dias que eu vou descobrindo tudo que ainda não havia sido descoberto, tudo aquilo que me faz andar com passos leves e coloridos. E em cada caminho eu encontro algo bom, sorrisos nunca vistos, pessoas com o dom de amar e cheiros nunca sentidos... porém que sempre estiveram por aqui em gotas de saudade. Saudade, não daquelas de fazer chorar, mas a que nos leva a um lugar de infância, a um colo de mãe e a uma boa e longa conversa de madrugada com a irmã mais velha que dorme na cama de cima. E em todos os momentos o sentimento é o mesmo, mas as sensações são únicas e verdadeiras. E por serem tão singulares é que eu saio à procura disso tudo, por isso eu vivo cada dia de um novo jeito, mas com a certeza de que estou vivendo, plantando um pouco de vida e um pouco do novo. De novo.